Com ou sem sorriso, a gente segue os instintos, os caminhos, os destinos, sem saber pra onde, sem saber quando, sem saber como, sem saber por que. Simplesmente vamos. A correnteza do rio é bem mais forte do que a de um riacho. Você vai, vai, vai, vai e vai porque tem que ir, porque é preciso. Não dá pra lutar contra. É mais forte. Invade. Transborda. Inunda. Reage. A vida cobrava uma postura. Mas qual? Não sabia o que era certo, mas não havia no mundo nada igual.
Olhos inchados. Mãos enrugadas. Horas e horas embaixo do chuveiro tentando esquecer o desespero, procurando praticar o desapego, evitando encarar o medo que a olhava fixamente pelo espelho embaçado. Cabelos brancos surgem. Urgências. A tinta jamais tamparia as raízes que os fizeram aparecer. Muitas cicatrizes deixadas, que nem mesmo com tatuagem elas não se mostrariam face à face. Aparência desleixada: camiseta, bermuda, chinelo. Nada de maquiagem ou óculos escuros! De cara limpa, tentava encarar todos os aspectos e respostas da vida, tão desprotegida, sem nenhuma arma ou armadura que a fizesse encará-la de uma maneira menos dura.
Sorriso no rosto não cura ressaca. Mas cura solidão! Pode encher o peito de alegria, algumas vezes sim e outras vezes não. A força de um sorriso depende de quem sorri, de quem quer ser feliz sozinho ou no meio da multidão. Era o que diziam quando não tinham mais o que dizer. As palavras se tornavam escassas quando ficavam a frente de um coração encharcado de decepção. Achava perigoso demais brincar com quem olha a vida de um ângulo sem direção.
Não importam as formas, sorrir também é reforma... e cura as feridas, que nós mesmos nos causamos e as que causam a vida, na rotina do cansaço, no apelo de alegria.
Cadê o meu?
Que coisa mais exaustiva.