domingo, 31 de julho de 2011

Coisas e pessoas.


Tem coisas na vida que são raras. São raras porque vezenquando a gente encontra, perde, deixa passar despercebida ou simplesmente, por acaso, acha. Aquele brilho no olhar, aquele sorriso no rosto, aquele corpo tão gostoso de manter junto pra abraçar.

Raridade mesmo é coisa pequena, que se torna grande, que não traz problema e nem dilema. Raridade é coisa de gente consideravelmente adulta, mas que não perde a essência de criança, que se engana vez ou outra, mas que não engana. É o picolé preferido no verão, o cuidado em adubar a terra com a mão, ir contra toda uma multidão pra se chegar onde queria. Raridade mesmo é caminhar na rua e sentir um cheiro que te remete lembranças boas, é você ir comprar pão na padaria e ver que ele acabou de sair do forno.

Tem coisas na vida que são raras. Existem pessoas raras também. Raras porque vezenquando a gente encontra, perde, deixa passar despercebidas ou simplesmente, por acaso, acha. A gente topa nelas mesmo e nem sempre consegue enxergar o que realmente importa. Mas concorda, não se cansa e nem se esgota. É aquela que consola o choro, que não causa tumulto, oferece abraço, não te deixa levar desaforo pra casa.

É aquela que ri dos seus problemas antes de te ajudar encontrar uma solução, que te escreve cartas sem esperar respostas e que protege o coração. É aquela que liga de madrugada pra não falar nada e, ainda assim, dizer tudo só com a respiração, que fala por minutos, horas seguidas sem saber se você está ou não ouvindo.

Tem coisas e pessoas na vida que são raras. Sempre são. E vezenquando a gente encontra, perde, deixa passar despercebida ou simplesmente, por acaso, acha. Ou não.