quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um espaço vazio.


Aqui tem um espaço vazio que é só teu. É tão teu - e por inteiro - que se torna até cheio-de-não-sei-o-quê. As palavras se perdem diante de todas as coisas que já se perderam e que ainda se perdem a cada dia e não há maneira, não há forma, não há cura e nem remédio pro irremediável.

Tudo, sim, se torna irremediável diante dos nossos corações. Somos dilatados dia-a-dia por essa rotina esmagadora que nos obriga a abrir mão de coisas e pessoas que julgávamos tão importantes, tão incessantes, tão grandes dentro de nós mesmos e que, hoje, se tornam pequenas diante de qualquer necessidade que se tenha.

Aqui dentro tem um espaço que é só teu. E é mesmo! Por menor que seja, pela pouca importância que você dê, por nada de lembrança que você tenha... Aqui dentro de mim tem um espaço que é só teu, e que ninguém tira porque é na ausência que a gente descobre a essência, e é na essência que percebemos a magnitude e a magnitude se resulta em saudade.

Saudade! Puta palavra com um significado extenso e intenso. Me pergunto diariamente do que eu tenho saudade e a resposta que me vem na cabeça é: você. Saudade dos dias, saudade das ligações, saudade das confidências, saudade da lealdade, saudade do sorriso, saudade das cartas, saudade dos doces, saudade dos abraços, saudade dos olhares, saudade das mãos, saudade dos bilhetes, saudade das ligações nas madrugadas, saudade dos segredos, saudade dos momentos... É tudo tão saudade, tão vazio de saudade que se enche, transborda e o vazio fica cheio de tanto vazio.

Continuo repetindo que aqui dentro tem um espaço que é só teu, porque tem! E jamais será preenchido, ocupado, substituído. Meu amigo, o espaço que você conquistou é todinho seu, responsabilidade sua e irresponsabilidade do acaso, do destino, da vida, da força maior ou dê o nome que preferir, que te separou de mim. É um espaço que é só teu, cheio de saudade, vastamente sem fim.

É só teu, meu amigo...
Que saudade de ver você ocupando esse espaço, só.

"Amizade é um amor que nunca morre. Acontece que eu já morri...
E foi de pura saudade. Ah, meu amigo! Ah."

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