Odiamos com tanto gosto que chegamos até mesmo amar o próprio odiar. Coisa louca essa de amarmos aquilo que odiamos, mas é que odiamos com tanta força que acabamos amando, da maneira mais errada, mas ainda amamos por ser tão presente, que dói, que estilhaça, que
Dá um certo ódio recomeçar. É tão infeliz você ter que mudar a direção toda vez que algo dá errado, que não vai pra frente, que não tem como você acompanhar. A gente esbraveja, range os dentes, perde o controle. Fica inconsciente, valente, inconsequente, chora, se arrepende. Tão deprimente!
Odiamos com tanta força que somos capazes de esquecer que aquilo foi bom. Mas se foi tão bom, por que odiamos? Seria então uma espécie de: "Eu odeio porque acabou, quando não poderia!" ou "Eu odeio porque nunca deveria ter acontecido e acabou"?. Se tudo acaba porque uma hora tem que acabar, por que insistimos em odiar? Por que é que temos, sempre, que continuar?
Dá um certo ódio não consigo esquecer. É tão triste você correr por todos os lados e voltar nas lembranças, momentos, histórias e dramas que ainda te prendem ali. É tão difícil continuar adiante quando tudo o que você mais desejou te puxa pra trás e esse alguém não se importar, simplesmente te deixa passar, sem se incomodar. Afinal, é página virada, rasgada, queimada e jogada em qualquer lugar.
Odiamos tanto, em meio há tantos erros, que fica impossível enxergar algo de bom que tenha permanecido. É tão terrível você ter a idéia de ter se dedicado, amado e respeitado e isso não ter sido mútuo, muito pelo contrário... Foi tudo muito sujo, muito turvo, muito nulo. Ficamos tão cegos por odiar que a cede de vingança fica clara, vasta e de empolgação tamanha.
Dá um certo ódio e é um ódio tão grande que, nessas horas, nem odiar por odiar vale a pena. Mas dá um certo ódio, e como dá.
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