quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Saudade.


Saudade é uma palavra que só existe em português. Significados extensos pra um mesmo sentimento. Saudade, algumas vezes, pode até significar alegria por algo que aconteceu. Saudade, outras vezes, pode até significar tristeza por algo que se diluiu em pó. Passado o tempo. Passado os momentos. Saudade é o passado que se foi e que ao mesmo tempo ficou.

Saudade é o lado bom da vida. Embora fira e finda ainda mais a ausência que um outro alguém faz em nossos dias. É aquele feeling que não se encontra em qualquer esquina. É o cheiro que se difunde nas lacunas da rotina. É o gosto do beijo, diferenciado pela saliva - aquela -. É o abraço que comprime o medo, despertando alegria. É a mão sob a mão como se esse gesto fosse a coisa mais segura e mais bonita. A saudade nunca é calculada, é sempre desmedida.

Saudade é uma palavra dolorida. Nem sempre seu significado se resume a falta. É nostalgia certa. À espreita do coração que salta do lugar mais alto e despenca. Chega sem hora e nem dia marcado e simplesmente se aloja. Faz moradia dentro do peito, se acomoda. A saudade nunca é imposta, é sempre sentida em suas várias formas.

Ontem li uma coisa que uma amiga me mandou, onde dizia que: "Saudade é o amor que fica!". Se existe definição melhor do que essa...

O que é saudade então?

(Obs.: Um beijo pra Natassia Perella, que me cedeu a citação acima.)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voar.


Quero correr pro mais longe que eu puder. Tomar impulso. Voar. Quero mergulhar nisso que eu não conheço. Céu azul. Cinza. Branco. Alaranjado. Quero analisar o que terá acima de mim. A baixo. Dos lados. Não quero perder nada. Mergulho, então. Me revirando ao contrário.

Quero flutuar. Tons de nuvens. Sonhos bonitos. Os despedaçados, deixamos na beira do rio. Riacho. Onde a correnteza não seja capaz de levá-los pra longe. Deixo onde eu consiga alcançá-los, pra nunca esquecê-los e nunca esquecer de onde - e como - eu vim parar aqui.

Quero ter asas. Fazer curvas perigosas. Calculadas. Alçar voo. Esquecer os problemas e todos os desgostos. Voar sem rumo. Encontrar e abraçar o mundo. Brindar a vida em um simples gesto de voar. Ver o sol dormir. A lua acordar e o inverso também. Repousar quando preciso. Continuar a jornada entre o que eu sou e o que eu quero ser. Conquistar a liberdade, sem a menor vaidade. Dar de cara com o absurdo, sem tanto desespero. Não deixar que o meu coração se torne surdo. Pulsar, sempre. Por que não?

Quero correr o mais longe que eu puder. Preciso ser valente. Quero me libertar de você que tanto me prende. Quero porque simplesmente quero e não encontro outra razão pra ficar - às vezes não quero -. Você me obriga a querer. Então, eu quero, pois. Quero voar pra longe de tudo isso que me faz voltar sempre pra você, que é o meu ninho... Meu ninho doce e tão belo de amar.

Acordei cheirando a bom dia. Bons ventos pairando no ar. Acordei com uma vontade tão grande de ser passarinho, não tem como deixar pra lá.

Quero tentar ser. Me deixo ser, porque eu te deixo ser também.

domingo, 26 de setembro de 2010

Amor.


" s.m. Afeição viva por alguém ou por alguma coisa: o amor a Deus, ao próximo, à pátria, à liberdade. Sentimento apaixonado por pessoa do outro sexo: as mulheres inspiram amor. Inclinação ditada pelas leis da natureza: amor materno, filial. Paixão, gosto vivo por alguma coisa: amor das artes. Pessoa amada: coragem, meu amor! Zelo, dedicação: trabalhar com amor. Amor platônico, amor isento de desejo sexual. Por amor de, por causa de. "

Amor não se pede, amor não se cobra, amor não se esgota. Ou você tem de monte, ou você não tem. Sem substituições de nomes. Amor não se implora, amor não se joga fora, amor não desbota. Ou você sente de monte, ou você não sente. Sem nada que consome.

Amor tem que ser lindo, vivo, colorido. Amor tem que ser destinto, íntimo e nunca extinto. Amor traz graça, paz e alegra a alma com a moça que passa. Amor é febril, deixa doente de saudade quando a ausência invade sem nem ter cabimento.

Amor é gratuíto, imune a qualquer inimigo, prefere beijos, abraços e sorrisos. Muito carinho. Amor é a pura afeição, a união entre tudo o que há de bom e que luta diariamente pra continuar com os pés no chão, mesmo que a emoção se perca nessa imensidão.

Amor não fere, amor não mata, amor não vinga, amor não se cala. Amor rouba o fôlego, arranca suspiros, invade de mansinho e floresce onde a terra não se adubou. Amor é flor, essência e perdoa qualquer inconsciência.

Amor é o bom dia da vida, pra moça bonita que te chama pra dançar.
Amor é o bom dia da vida, pra moça bonita que, pra mim, é você e outra não há.

A moça bonita, o amor, o bom dia e você...
O que mais pode me faltar?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Não era.


Não era pra ser uma despedida, mas foi. Se perderam em meio ao mar, a terra, o sol e o luar. Sem opções, sem saída, sem subjeções. O elo se desfez, o toque se conteve e a alegria deu lugar a rigidez. Não se encontravam, não havia mais espaço. Queriam liberdade, queriam seriedade e acabaram com um simples vazio dentro do peito, sem tanta expectativa com novos ares.

Mudaram. Mas jamais se esqueceram do que tinha acontecido e de como aconteceu. Poderiam ter se desligado. Poderiam, mas não. Acreditavam que nada mais na vida doeria tanto como tudo doeu. Doeu, deu e doeu mais ainda porque nada conseguia, diante disso, renascer. Não renasceu e por fim, não renasceram. Prevaleceu na memória a lembrança do que foi bonito e não findou. Nas entranhas, o cheiro daquele pescoço, ainda continuou.

Procuraram. Muitas pessoas passaram, mas nenhuma teve o peso que eles tiveram um pra o outro. Novas felicidades. Novos acontecimentos. Novos planos e lugares. Nada foi capaz de suprir aquele pedaço que somava junto com aquele outro pedaço. Eram inteiros juntos e, agora, se viam obrigados a serem inteiros-separados. A angústia que cobre os corações, faz da vida deles um roda-moinho de turbilhões.

Não era pra ser uma despedida, mas foi. Se perderam e se encontraram, se perderam de novo e se reencontraram na velocidade da luz. Não foram capazes de se enredarem a ponto de nunca desistirem. Pagaram um preço muito alto por não lutarem, por falharem, por matarem o amor e não ter a quem culpar. Tiveram que aceitar o que era dado e não mais reclamar.

Não era. Mas foi e é. Você aí e eu aqui.
E o mundo conspirando pra o fim de tudo isso... Sem final feliz.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tenho tanta.


Tenho tanta coisa pra escrever, mas sempre me faltam palavras, argumentos, acentos, vírgulas e fábulas. Faço um amontoado de pensamentos impossíveis de serem traduzidos, por ultrapassar todo e qualquer sentido. Nada preenche, nada transcreve. Não há lápis, caneta, nanquim ou pincel. Nenhum bloco de notas ou folha de papel. Minhas emoções são um verdadeiro carrossel: se repetem e se repetem constantemente.

Tenho tanta coisa pra escrever. Dá vontade de escrever sobre o mundo inteiro - e descrever tudo -. Escrever pra quem conheço, e também pra quem nunca conheci e que talvez nem conheça, mas que, com certeza, entenderia todas as coisas que tento dizer pra quem nomeei saber e que tento colocar aqui em busca de algo que nunca soube definir, que nunca entendi o por quê. Dá vontade de listar todos os defeitos, conceitos, pensamentos e sentimentos. Escrever sobre o verde da grama, o estar na lama, o céu azulado ou até mesmo cinzento.

A vida. Tão bonita. Íntima. Vítima de nós mesmos. Quanto - e ao mesmo tempo nenhum - cabimento. Poderia ser diferente se soubéssemos ousar, arriscar sem pestanejar. Se cada palavra que escrevêssemos tivesse força suficiente pra nos encontrar. A vida. Tão bastarda. Ingrata. Desgraçada por nós mesmos. Quanto - e ao mesmo tempo nenhum - bom senso.

Tenho tanta coisa pra escrever. E escrevo. Mas deleto, deixo passar, esqueço o que eu escrevi e vivo num eterno começo e recomeço, do que é, literalmente, estar aqui. No viver, aprender, e absorver o que a vida me traz, o que trago comigo, o que a vida me escapa e o que escapa de mim.

sábado, 11 de setembro de 2010

Help.


Reconhecer que é preciso recomeçar a vida do zero é um ato de reconquistar aquele nosso "eu" que deixamos submergir, afundar, afogar em épocas difíceis onde nada dava pé, onde tudo acabava n'água. Muitos RE'S habitam em mim: o reconhecer, recomeçar, reconquistar, reagir, reascender, renascer, reavivar, relutar, recuperar, reerguer, etc. Tomam conta de mim numa imensidão que eu não dou conta! Não há como detê-los, nem como mantê-los, muito menos como destruí-los.

São peças-chaves - sempre - pra uma nova vida, um novo caminho, uma nova alegria, um novo destino e até mesmo uma estrela guia. Ah! Há quanto tempo não sei o significado de caminhar com algo ou alguém que me guiasse por onde não sei ir, locais quais eu não consigo, não posso - ou teria medo? - de atingir?. Profundos são os caminhos do coração. Essas veias do corpo que levam sangue, emoção, dor e frustração pra todas as partes. Atingem, ferem, matam e são capazes, até mesmo, de deixar cicatrizes expostas, aquelas na pele, como tatuagem.

Cicatrizar o já ferido, recomeçar do zero, seguir sozinho, se manter iludido, continuar insistindo. Não sei! Porque costumo seguir sempre aquilo que acredito, no que sinto, no que penso e, por fim, existo...

Só que pra isso acontecer, daqui por diante, é preciso de um HELP!
Existe alguém aí, do outro lado, que se diagnostique com os mesmos sintomas que eu, a fim de seguir por qualquer caminho ao lado meu? Me ajuda, se possível for.

Citações a parte: "Prefiro analisar os caminhos. O que tiver mais coração, eu sigo." Vamos! Vamos! Me ajuda a acertar o caminho. Pelo menos dessa vez, mais uma vez. A última.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Decidi.


Decidi que não quero e pronto! É simples. Equação utilizada pra quando você quer muito alguma coisa e não pode ter. Qual o critério pra se continuar querendo, já que não é possível tê-lo?

Decidi que não quero e pronto! Me aflijo, faço burburinho, choro baixinho mas continuo no meu caminho, mesmo sem saber o que me espera ou o que pode acontecer. Sigo adiante, de forma inconstante e a procura de abrigo e - por que não? - um tanto de perigo.

Decidi que não quero e pronto! Fico exausta, exposta e a minha desistência exala. Dizem que não é nobre desistir, mas acho nobríssimo saber a hora de parar e canalizar aquilo que a vida deixou estar e que você não sabe onde colocar. Murmuro baixinho: "Ei! Está na hora. É hora de acordar. É hora de viver. É hora de (se) amar."

Decidi que não quero e pronto! Comigo não existe o meio-querer-meio-ter-meio-ceder-meio-amar-meio-continuar-meio-alguma-coisa-que-procuramos-sempre. Tem que ser inteiro, com bastante recheio, sem nenhum rodeio, receio ou medo. Tem que fragilizar, encantar, magicalizar, enredar, suspirar e respirar. Tem que ser limpo, barulhento e quietinho, frio e quentinho. Tem que ser. Tem que ter. Tem!

Decidi que não quero e pronto! Porque banho-maria não deixa a vida mais bonita. Meio termo não cabe nas pontas dos dedos e em nenhuma alegria.

Decidi que não quero e... Mesmo decidindo com tanta convicção, sei que ainda vou querer! Vou querer alguma coisa boa e bem bonita, mas que venha de você.