terça-feira, 14 de setembro de 2010

Tenho tanta.


Tenho tanta coisa pra escrever, mas sempre me faltam palavras, argumentos, acentos, vírgulas e fábulas. Faço um amontoado de pensamentos impossíveis de serem traduzidos, por ultrapassar todo e qualquer sentido. Nada preenche, nada transcreve. Não há lápis, caneta, nanquim ou pincel. Nenhum bloco de notas ou folha de papel. Minhas emoções são um verdadeiro carrossel: se repetem e se repetem constantemente.

Tenho tanta coisa pra escrever. Dá vontade de escrever sobre o mundo inteiro - e descrever tudo -. Escrever pra quem conheço, e também pra quem nunca conheci e que talvez nem conheça, mas que, com certeza, entenderia todas as coisas que tento dizer pra quem nomeei saber e que tento colocar aqui em busca de algo que nunca soube definir, que nunca entendi o por quê. Dá vontade de listar todos os defeitos, conceitos, pensamentos e sentimentos. Escrever sobre o verde da grama, o estar na lama, o céu azulado ou até mesmo cinzento.

A vida. Tão bonita. Íntima. Vítima de nós mesmos. Quanto - e ao mesmo tempo nenhum - cabimento. Poderia ser diferente se soubéssemos ousar, arriscar sem pestanejar. Se cada palavra que escrevêssemos tivesse força suficiente pra nos encontrar. A vida. Tão bastarda. Ingrata. Desgraçada por nós mesmos. Quanto - e ao mesmo tempo nenhum - bom senso.

Tenho tanta coisa pra escrever. E escrevo. Mas deleto, deixo passar, esqueço o que eu escrevi e vivo num eterno começo e recomeço, do que é, literalmente, estar aqui. No viver, aprender, e absorver o que a vida me traz, o que trago comigo, o que a vida me escapa e o que escapa de mim.

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