quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Voar.


Quero correr pro mais longe que eu puder. Tomar impulso. Voar. Quero mergulhar nisso que eu não conheço. Céu azul. Cinza. Branco. Alaranjado. Quero analisar o que terá acima de mim. A baixo. Dos lados. Não quero perder nada. Mergulho, então. Me revirando ao contrário.

Quero flutuar. Tons de nuvens. Sonhos bonitos. Os despedaçados, deixamos na beira do rio. Riacho. Onde a correnteza não seja capaz de levá-los pra longe. Deixo onde eu consiga alcançá-los, pra nunca esquecê-los e nunca esquecer de onde - e como - eu vim parar aqui.

Quero ter asas. Fazer curvas perigosas. Calculadas. Alçar voo. Esquecer os problemas e todos os desgostos. Voar sem rumo. Encontrar e abraçar o mundo. Brindar a vida em um simples gesto de voar. Ver o sol dormir. A lua acordar e o inverso também. Repousar quando preciso. Continuar a jornada entre o que eu sou e o que eu quero ser. Conquistar a liberdade, sem a menor vaidade. Dar de cara com o absurdo, sem tanto desespero. Não deixar que o meu coração se torne surdo. Pulsar, sempre. Por que não?

Quero correr o mais longe que eu puder. Preciso ser valente. Quero me libertar de você que tanto me prende. Quero porque simplesmente quero e não encontro outra razão pra ficar - às vezes não quero -. Você me obriga a querer. Então, eu quero, pois. Quero voar pra longe de tudo isso que me faz voltar sempre pra você, que é o meu ninho... Meu ninho doce e tão belo de amar.

Acordei cheirando a bom dia. Bons ventos pairando no ar. Acordei com uma vontade tão grande de ser passarinho, não tem como deixar pra lá.

Quero tentar ser. Me deixo ser, porque eu te deixo ser também.

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