sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Não era.


Não era pra ser uma despedida, mas foi. Se perderam em meio ao mar, a terra, o sol e o luar. Sem opções, sem saída, sem subjeções. O elo se desfez, o toque se conteve e a alegria deu lugar a rigidez. Não se encontravam, não havia mais espaço. Queriam liberdade, queriam seriedade e acabaram com um simples vazio dentro do peito, sem tanta expectativa com novos ares.

Mudaram. Mas jamais se esqueceram do que tinha acontecido e de como aconteceu. Poderiam ter se desligado. Poderiam, mas não. Acreditavam que nada mais na vida doeria tanto como tudo doeu. Doeu, deu e doeu mais ainda porque nada conseguia, diante disso, renascer. Não renasceu e por fim, não renasceram. Prevaleceu na memória a lembrança do que foi bonito e não findou. Nas entranhas, o cheiro daquele pescoço, ainda continuou.

Procuraram. Muitas pessoas passaram, mas nenhuma teve o peso que eles tiveram um pra o outro. Novas felicidades. Novos acontecimentos. Novos planos e lugares. Nada foi capaz de suprir aquele pedaço que somava junto com aquele outro pedaço. Eram inteiros juntos e, agora, se viam obrigados a serem inteiros-separados. A angústia que cobre os corações, faz da vida deles um roda-moinho de turbilhões.

Não era pra ser uma despedida, mas foi. Se perderam e se encontraram, se perderam de novo e se reencontraram na velocidade da luz. Não foram capazes de se enredarem a ponto de nunca desistirem. Pagaram um preço muito alto por não lutarem, por falharem, por matarem o amor e não ter a quem culpar. Tiveram que aceitar o que era dado e não mais reclamar.

Não era. Mas foi e é. Você aí e eu aqui.
E o mundo conspirando pra o fim de tudo isso... Sem final feliz.

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