Por vezes, tive vontade de mudar e deixar de me adaptar. Mudar mesmo. De vida, de corpo, de fisionomia, de perspectiva. Traçar novos objetivos, ver a vida de um jeito mais realista - que nem sempre significa mais alegria, mas ainda, assim, tem -. Quando alguém que nunca errou, erra, se forma uma barreira entre o erro cometido e a vontade de nunca mais errar. É como conselho de mãe: "Menina, amarra esse sapato pra não tropeçar!". Dava medo continuar errando. Era tanto medo que errava antes mesmo de pensar.
Por vezes, tive vontade de chutar o pau da barraca e essa coisa toda que todo mundo faz quando sente vontade de extravasar. Pirar. Nocautear a vida no golpe certeiro de um ninja, na delicadeza de uma bailarina ou no conhecimento de um hari krishna. Sei lá! Surtar. Sair sem rumo. Correr, correr, correr e correr, sem saber pra onde, sem saber pra quem. Se cansar, sentar pra repousar e ver a nuvem se formar, avisando que vem chuva grossa por aí pra limpar a alma e purificar o ar. Sem se preocupar, viver com menos responsabilidade, mas com muito mais amor e bons sorrisos pra adoçar.
Por vezes, tive vontade de tantas coisas. Foram inúmeras. O mesmo pensamento, o mesmo sentimento por tantas vezes quando eu te via passar. Quando eu te vi caminhando ao meu encontro: olhos brilhantes, sorriso no rosto, andar errante, de braços abertos prontos pra me abraçar. O coração palpitava, não parava de acelerar.
Por tantas vezes, tive vontade de falar que era você quem eu tanto amava - que amo - e que continuava a esperar.
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