sábado, 6 de novembro de 2010

Liberta.


A gente se aprisiona, o tempo todo, seja por nossa vontade ou por coisas que a própria vida julga poder ser e fazer parte da nossa alegria. A gente se apega, diariamente, em emoções que podem durar uma vida inteira e fazer toda a diferença ou até mesmo naquelas que mudam repentinamente em segundos, que são denominadas o cúmulo.

Acreditam por aí que emoções longas exigem mais de nós mesmos, de nossos corações cansados de esperar cotidianamente por algo que faça alguma coisa mudar ou sair do lugar. Outros acreditam que dar uma pausa nisso tudo e se permitir a sentir pequenos sentimentos, fazem a gente ter a certeza do quanto aquele sentimento grande, anteriormente citado, é importante em nossas vidas. Uma espécie de combustível em tudo aquilo que pode, sem sombra de dúvidas, te encantar o tempo todo, em seus vários aspectos, mesmo que despertos.

Temos o costume de nos prender em velhas -e por que não boas?- emoções. Somos incapazes de nos libertar de um passado que já não faz mais tanta questão de ser presente e muito menos futuro. É passado, já passou e tentar carregar esse fardo nas costas é o mesmo que tentar puxar alguém de uma areia movediça que já se afundou. É bom se prender em alguma coisa, em alguém. Desde que esses mesmos fatores pensem e sintam as mesmas coisas que você. Questão de querer não somente dividir, mas SE dividir também já que o mundo anda tão egoísta e ninguém é capaz de pensar dessa maneira porque acha uma grande besteira.

Ontem li algo de alguém que dizia que sou jovem demais pra me prender em alguma coisa. Que ainda viverei muitas coisas, pessoas, momentos e algumas loucuras que ficarão guardadas dentro da memória que chamo de bolsa - encontro tudo lá dentro -. Acontece que se sentimentalismo dependesse de idade, seríamos inteligentes o suficiente pra nos apaixonarmos depois dos 30 porque, talvez, com mais maturidade a gente consiga entender que algumas coisas e pessoas não passam, por mais que a gente deixe passar e por mais que elas queiram passar. Algumas sempre ficam, ocupando seus respectivos lugares.

É difícil não se prender, ou não querer se prender. Mas ainda assim é mais difícil se desprender quando a outra pessoa não sente vontade de te fazer permanecer ali. É como soltar um passarinho, que sempre esteve em sua gaiola, pro mundo: ele nunca saberá pra onde ir, porque não haverá um ninho pra o acolher.

Você abriu o meu cadeado e se libertou. Eu abri o seu cadeado e não saí do lugar. Não tenho a garra de um grande e bonito gavião pra encarar o mundo lá fora como você, porque, por mais grande que eu tente ser, eu ainda sou um passarinho, mesmo com toda a vontade de ser passarão, em meio há tantos muros, multidão, solidão e coração.

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