quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Não solta.


Você pode ir. Mas é claro que você pode ir pra onde quiser, eu não vou te impedir. Vai, corre atrás daquilo que é, e do que pode ser também, seu. Dá orgulho demais te ver se impondo diante da vida e suas situações. Quem diria, um dia, assim, tão destemida e sem frustrações. Você vai. Eu quero que você vá e percorra todos os caminhos, que retire os obstáculos que a impeçam de encontrar seu prêmio merecido. O coração vai doer por te ver partindo, mas eu só quero te ver sorrindo.

Você pode ir. Eu só queria te pedir pra tomar cuidado nos becos escuros e nesses enormes labirintos que criamos em nosso dia-a-dia, seja por vontade ou pelo gosto do perigo. Dá vontade demais de correr ao seu encontro pra caminhar contigo. Ser ombro amigo. Quem diria. Pois é. Eu quero que você vá e trilhe uma vida inteira ao lado de você mesma, na certeza da incerteza de que você está desperta e certa. Tanto faz, desde que você saiba, desde que você sinta e, por assim, viva cada momento.

Você pode ir. Pule a janela, saia pela porta dos fundos ou pela da frente. Não me importa a maneira que você resolva sair, desde que você saia. Talvez, me deixe um bilhete, me mande um telegrama, me mande uma mensagem na madrugada quando eu menos esperar. Não sei. Mas vá. Vá com tudo aquilo que você precisa pra se manter forte, pra continuar nessa estrada que não é mais o meu lugar. Corra pelas ruas, encontre um porto seguro. Faça novas conquistas e se perca nesse mundo. Às vezes é bom se perder pra poder se encontrar, ao lado de outra pessoa, outra história ou em outra forma de amar. Vá, é sério. Você precisa disso, eu também preciso que você vá pra refazer o meu abrigo e não com outra pessoa, mas sim comigo.

Você pode ir. Mesmo que esse seu ir e não vir represente levar, com você, o meu coração. Não interessa. Eu já disse: vá! Mas vá com todos os gestos, só não se esqueça do meu pedido não:

Você pode ir, quando e quantas vezes quiser pra encontrar o seu destino...
Mas não solta da minha mão?

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