Por ora, quero poder dizer que sinto o amor. Porque eu sinto. Sentimento que vai além do significado do dicionário, além de qualquer língua ou gíria que seja retratado. Pulsa forte, manso, vive no compasso e descompasso. Amor é tão desajeitado, anda cambaleando entre as ruas e se encostando em esquinas, nessas da vida quando somos feitos em pedaços, à procura de cuidados. Amor é tão bonito, anda com um sorriso de orelha a orelha por ter, de alguma forma, aquele alguém ao seu lado. Amor é tristinho quando não correspondido, mas ainda assim dá um jeito de ser bonitinho e despertar desejo nos olhos do acaso. Amor é leveza no toque, no beijo, no afagado esperado. Amor é bravo, morre de ciúmes mas sabe respeitar o espaço do amado. Amor é bandido, rouba o coração e pula o muro do vizinho por ser mais fácil. Amor é mocinho quando chega todo educado, recatado. Amor é feliz, estampado no rosto, no abraço apertado.
Amor é também os 5 sentidos humanos: amor é tato, quer apalpar e tocar o outro inteiro. Amor é olfato, inala todo o cheiro que fica colado no pescoço do outro, mesmo após um dia árduo de trabalho. Amor é paladar, saliva até a última gota pra receber o doce de sabor inigualável. Amor é visão, olha-se todos os detalhes do outro e retém pra si, em um gesto incerto de quem só quer dizer sim. Amor é audição, ouve-se tudo: desde as felicidades incontidas à todos os erros cometidos, arrependidos, consertados ou esquecidos. Amor é tudo. Tudo isso e mais um pouco que eu não defino, e também não quero, mas sinto até o seu último centímetro, que me invade, me toma, me move e me livra de tudo o que é negativo.
Não me importam as definições, tampouco me importam as razões de tal sentido. O que mais me importa mesmo é você que me fazer sentir esse amor inteiro, apesar do erros, tropeços e acertos. Sem uma ordem pra seguir. Quem disse que amar alguém precisa seguir um único sentido? Eu só preciso ter você, no meu caminho, pra te amar de todas as formas, de todos os jeitos e em todos os sentidos. Porque tudo o que tem você, pra mim, é lindo.
Quase se compõe em uma melodia de Vínicius: "no infinito de nós dois".
Só porque o amor chegou e nunca mais se foi.
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