domingo, 18 de julho de 2010

Laços.


Laços são assim, tem de todos os tipos, tamanhos, cores e tecidos. Uns chamam mais atenção, outros até passam despercebidos. Mas todos eles são bonitos. Conheço muitos tipos de laços: soltos, enredados, cegos, desfiados, mal cuidados.

Engraçado como colecionamos tantos. Existem laços na minha vida que eu já desfiz, laços que se desfizeram quando eu não queria desfazer, laços que se desbotaram e perderam o juízo, laços que reavivaram quando deveriam ficar quietinhos, laços grandes e que se soltaram no primeiro toque, laços pequenos que nem com reza brava se desmancha.

Tenho laços de todos os tipos. Coleciono-os sabendo de todo e qualquer perigo. Mas, fazer o que? Virou vício. Faço, refaço, ato e desato muitos desses laços e cada um que se vai, deixa um pouco em mim: seja na cor, na forma, na dor de ter perdido, quebrado ou descosturado. Passo, reparo, observo, disparo um olhar conflitante pra todos os outros laços que ficaram, fincaram e restaram em mim.

Coloquei meus laços preferidos dentro de uma caixinha e sempre abro-a pra olhá-los e sussurrar baixinho: "Apesar de todos os laços perdidos, ainda coleciono os mais bonitos!".

Repasso os olhos um a um, relembrando o quanto cada laço representou em minha vida, o quanto cresci em alguns aspectos e o quanto regredi em muitos outros. Alguns arrependimentos, confesso. E de todos os laços, fortes, fracos, coloridos e desbotados... O teu laço - que se desfez e se desfaz a cada dia - continua sendo o preferido, o guardado no lugar mais íntimo, onde ninguém mais possa tocá-lo, ferí-lo ou desfiá-lo.

Um comentário:

  1. simplesmente genial, acho que é o texto que eu mais gostei/gosto daqui.

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