Eu era o infinito. Você era o amor. Eu me desarmava diante disso. Você se perdia quando encontrava meu instinto avassalador. Eu precisava ser infinitamente infinito pra você me notar. Você precisava ser amavelmente amor pra me fazer paralisar. Eu quis ser tão infinito que, nele, fiquei. Você quis ser toda amor que, pra lá, se foi. Eu era o infinito. Você era o amor.
Eu era tudo em tom menor, arranhado, esgotado, desbotado e só. Você era tudo em tom maior, melhor, mais limpo e sem nós. Eu fui o infinito. Você foi o amor. A dupla perfeita, a combinação que saíra ilesa de toda e qualquer dor. Fortalecidos pelo tempo. Relembrados pelo momento de se rir junto, de cortar os laços, de ter coragem de enfrentar o vento que levantava todos os pós. Que sorte a nossa andarmos juntos, sem precisar escolher entre nós ou o mundo que cortava os planos sem dó.
Eu era o infinito. Você era o amor. Nós éramos o nada que se transformava em tudo, diante dos olhos que nos viam, juntos, separados, colados, remendados, perambulando pela vida. Nós éramos o orgulho. Nós éramos o ciúmes. Nós éramos a reconciliação. Nós éramos a tarde que caía. Nós éramos o companheirismo. Nós éramos as brigas. Nós éramos os becos sem saídas. Nós éramos a constante alegria dos dias e da vida.
Eu era tão desajeitada, tropeçava nas palavras, não sabia decifrar o que cada palavra sua, em forma de sorriso, me falava. Você era tão animada, sentava pra me ouvir tentar falar e sorria como quem tinha certeza que não entenderia, mas ainda assim se orgulhava da minha tentativa falha em demonstrar. Eu ainda sou o infinito. Você ainda é o amor. Que mudou de tom, de voz, de cor. Mas ainda somos o que sempre fomos, na essência do ontem que se transforma em hoje e se resulta no amanhã tão incerto quanto o nós que se divide em dois.
Eu era o infinito. Você era o amor. Eu fui esse tempo todo o infinito de amor que você nunca deixou pra depois. Você foi esse tempo todo o amor infinito que tempo algum superou, pois... É.
:)
ResponderExcluirLindo!
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