domingo, 13 de fevereiro de 2011

Never and ever.


Sem rumo. Era assim que eu me sentia. Como se alguma coisa sempre me faltasse, como se alguma coisa sempre me doesse. E doía. Era tanta saudade que eu nem sabia mais onde colocá-la, porque não existia mais lugares onde ela cabia. Eu sabia que não seria possível tirá-la de mim e eu também não sei se era o que eu gostaria que acontecesse. Era só saudade. Sempre foi só saudade o que eu senti e hoje eu vejo o quanto isso tem os dois lados da moeda, o meu e o dela, e o que mais tiver direito pra ser. Cara ou coroa. Questão de sorte. Bom senso.

Não sei! Mas era sempre saudade, sempre vou saudade e vai continuar sendo. Tudo dá saudade. Tudo me lembra o ponto dessa saudade que eu não quero esquecer, mas que talvez esqueça. Reluto diariamente pra tirá-la do foco. Mas quando o assunto é saudade, é só você que me vem na cabeça. Não tem nenhum caminhar que eu faça que eu não encontre alguma coisa que você goste ou que me remeta à você. É o cheiro da cidade, das esquinas, dos bares, dos cafés e todos os lugares em que passamos tem seu cheiro, seu gesto e todo o seu movimento. O sorriso atrapalhado que escorregou na porta do banheiro. O caminhar tonto ao descer as escadas. O movimento dos cabelos ao atravessar toda uma avenida, embaixo de sol forte e calor excessivo. O jeito de falar esboçando um beijo contido. A forma de colocar as mãos na mesa esperando um carinho. A forma de olhar querendo uma boa conversa e, talvez um novo amigo.

Impossível não sentir saudades. Onde quer que eu vá, eu te sinto, eu te respiro, eu te vivo mesmo sem querer deixar isso tão às claras. Tudo acaba sendo ilusório tanto quanto a própria ilusão em si, porque eu te projeto ali comigo. Essa era a minha vontade. Eu queria mesmo você comigo. Mas agora eu não posso pensar ou criar qualquer expectativa em cima disso. É você aí, e eu aqui. Acabaram-se as rimas e todos os meus trocadilhos. Estou em perigo! É tanta saudade que eu nem eu mesma consigo lidar com isso. E não é por falta de vontade, mas sim por sentimento, por instinto, por ser tão impossível controlar já que ficar "debaixo das suas asas" era o meu melhor abrigo.

Eu poderia continuar colecionando decepções e desamores. Em casa gole de café tomado e um trago de cigarro, poderia continuar sentindo a garganta arranhar e se acabar diante de tantas dores, sem pudores, que eu mesma me causei por querer tirar você do foco. Mas eu repito: eu não consigo. Pra que vou ficar me enganando por mais anos e anos e anos e anos e anos, sendo que eu vou acabar parando no mesmo lugar uma vez que é o que eu sinto? Se é você que eu quero comigo, pra que ficar insistindo em todos esses caminhos desmedidos, iludidos por mim e por todas as outras pessoas que possam cruzar o meu caminho?

Dava pra fazer certo. Eu sei que dava. Eu sei que eu tenho a capacidade de fazer qualquer pessoa feliz, mas não as quero comigo. Não acredito que escolher os caminhos mais fáceis seja o melhor destino, como desacredito na possibilidade de que o impossível é que nos encanta. No final das contas, só iludimos e nos amarguramos e acabamos reféns de todas as lembranças, que são tantas, de promessas não cumpridas e de palavras que lançamos ao vento sem a mínima esperança.

Conheço muitas pessoas por aí, mas não fazem tanta diferença. É você quem eu sempre quis pra mim mas que, agora, mais do que nunca, criou uma distância maior entre a gente... Intransponível. E o que me resta diante de todos esses fatos é engolir o gosto do café amargo descendo pela minha garganta, junto com um trago de cigarro quase que intragável, pensando que poderíamos ter feito certo pra dar certo. Mas que não fizemos, porque não poderíamos, nada poderia.

Mas uma coisa é certa, quando dizem por aí que o fim do amor é NEVER.
Ever.

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