segunda-feira, 31 de maio de 2010

Relacionamento.


Relacionamento, mas que coisa complicada! Ou se torna complicada porque nós mesmos complicamos?. Meu autor preferido costuma dizer, não com essas palavras - claro -, que "somos os assassinos dos nossos próprios relacionamentos".

Se levarmos tal expressão a sério, é verdade. Todos os relacionamentos que temos por algum tempo e que, por esse motivo juntamente com o sentimento, se tornam importante, acabam... Ficamos mal, não tanto quanto expressamos, mas ficamos, choramos, sentimos, amargamos, enfim... É tanto, que esquecemos de levar em consideração que foi nossa escolha, nossa vontade. Os motivos? Cabem, apenas, a cada um de nós, mas insuportavelmente falando sobre isso chego à conclusão que -já chegaram antes de mim até- diariamente destruímos todo e qualquer relacionamento que construímos pelo simples fato de destuir. Sim, falo de destruir o sentimento mesmo, driblar o contratempo e dar espaço contínuo ao rompimento.

Rompimento, como essa palavrinha dói! Dói quando somos nós quem terminamos, dói quando terminam tudo pela gente. Dói porque, no fundo, precisa doer. Talvez por não aguentarmos a longevidade que o próprio relacionamento e sentimento tem ou simplesmente por querer mudar o rumo da própria história. Mas a verdade mesmo é que somos os assassinos diários da nossa felicidade, dos nossos sorrisos, da nossa própria vaidade. Matamos o relacionamento porque sentimos vontade de matá-lo, mas nem sempre o sentimento morre junto... Às vezes, quando o matamos, tudo morre junto! Inclusive a gente. E como a gente morre, como o coração dilacera, como a gente se desconserta sem saber se essa escolha foi certa.

Caio F. Abreu já dizia: " O Amor é jardim, enche de erva daninha. "

E os responsáveis por isso mesmo, por não cuidar devidamente do que poderia desabrochar e ser lindo... Somos nós mesmos: assassinos daquilo que consideramos bom, enquanto temos a terrível ilusão -ou diria limitação?- de que é mesmo.

domingo, 30 de maio de 2010

Sonho.


A medida em que vivo, sonho. Tanto que, às vezes, acredito que o que sonho é a minha própria vida. Perco o sentido do que é real e vago, viajo, ultrapasso, entrelaço, desato e ato na mesma intensidade do que sinto. Interfiro no meu próprio eu, no que eu quero.

No sonho eu posso ser o que eu quiser, bem entender, às claras, às escuras, nas neblinas, nas miúdas. Faço da minha vida um sonho porque é bom sonhar. Faço do meu sonho a vida porque é bom viver.

No sonho eu ganho asas, sou herói. No sonho sou pura garra, nada me destrói. No sonho eu procuro, luto, reluto e alcanço. No sonho, quando bem sonhado, sou flecha: me miro e me lanço. No sonho sou qualquer amplitude, em qualquer imensidão. No sonho posso ser gente muito grande, com os pés bem firmes no chão. No sonho posso ser até mesmo me mostrar inofensiva, e de uma hora pra outra me tornar um vilão.

No sonho eu sou o que eu quiser e puder ser, mas na vida... Não!
E se viver é melhor que sonhar, por que tem tanta gente que sonha - e compartilha dos - os mesmos sonhos que eu?

sábado, 29 de maio de 2010

Acreditar.


Diariamente acreditamos. Sim, somos condicionados à essa prática de, talvez, nunca deixar determinadas coisas morrerem dentro de nós. Mas não seria melhor algumas coisas realmente morrerem de modo que fosse possível nos libertar?

Ontem parei pra pensar em até que ponto somos capazes de ir, acreditando em determinada coisa, pessoa ou situação. Até que ponto acreditar cegamente em alguma coisa enriquece a alma, alegra o coração ou simplesmente nos dá esperança pelo simples fato de acreditar mesmo. Mas, reflita comigo: tudo o que é cegamente construído, é destruído também.

Da mesma forma que acreditamos muito positivamente em algo, temos a mesma força e capacidade pra acreditar no contrário e me impressiono com a capacidade que temos de destruir as coisas pelo simples fato de acreditar que é melhor destruir, descontruir, ou seja lá o nome que você prefira dar quando ler isso. A verdade mesmo é que acreditar é muito relativo, vai além dos olhos de quem lê ou vê... Interfere no destino, no instinto e na capacidade de percepção.

Acreditar que vai ser diferente, acreditar que pode mudar, acreditar que você pode, que você consegue. Acreditar que vai acabar, acreditar que vai ferir, acreditar que vai e simplesmente - e mais do que nunca - vai mesmo. E mais uma vez, somos condicionados, amarrados, a essa coisa de ter que acreditar que tudo passa, que tudo acontece, que tudo sempre e sempre tudo faz a gente acreditar e blábláblá (...)

Se " quem acredita, sempre alcança ", como é que fica quem não acredita e alcança da mesma forma? Seria, então, um prospecto de determinação e não do acreditar em si? Ou seria o que chamamos de fé que nos impulsiona a acreditar?

Por muitas deixei de acreditar em tudo, todos. Por muitas tantas outras acreditei mais ainda... Por muitas, por tantas, por várias... por simplesmente por.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A busca não cessa.


Vivemos em uma busca incessante por aquilo que, até o agora, é nada aos nossos olhos. Procuramos a liberdade de sentimentos e vontades, mesmo as efêmeras, no eterno desencontro daquilo que sentimos verdadeiramente por dentro. Procuramos por uma alegria que, até então, é desconhecida, inexplorada, fora de nosso alcance e ficamos atordoados se começamos a pensar nisso a todo instante.

A busca por aquilo que desejamos, nunca se cessa. Somos um poço de particularidades e infinidades daquilo que nem nós mesmos conhecemos. Somos um poço de frustrações e, talvez, de contratempos e a medida que o tempo vai passando, vamos perdendo cada momento. Momentos, esses, dos quais não deveríamos - quem sabe nos - perder?

Buscamos um mundo que jamais seremos capazes de encontrar. Onde existam flores, luzes, alegria o tempo todo. O que seria de nós se não houvesse todo esse sofrimento? Como pesaríamos a importância de cada coisa e cada qual tem em nossa vida? Será possível algum meio de comunicação entre um vasto vazio de puro, puro, eu disse puro silêncio?

A busca não cessa e enquanto isso a gente erra, acerta, conserta, alerta. Quer saber? - Me erra.

domingo, 9 de maio de 2010

Um dia a gente.


Um dia a gente cresce e percebe. Pois é! A gente cresce e percebe que a vida nem é tão fácil como pensávamos que poderia ser. A gente cresce e percebe que nem sempre vai ter todas as coisas que pensávamos ser fácil querer. A gente cresce e percebe que pensar, diante de tudo o que temos pra trilhar, é somente pensar e EXECUTAR é a palavra-chave pra realizar.

Um dia a gente cresce e percebe. É! A gente cresce e percebe que nem sempre é fácil ser quem a gente é - dá um trabalho imenso nos aceitar como somos -. A gente cresce e percebe que brincar na chuva, talvez, já não faça tanto sentido. A gente cresce e percebe que brincar de boneca e carrinho vai ficar lá atrás e dar espaço pra um novo começo, um novo eu, mesmo que sozinho. A gente cresce e percebe que ESCUTAR faz muito mais sentido do que falar.

Um dia a gente cresce e percebe. Né! A gente cresce e percebe que aquela criança que fomos um dia, fica lá no passado, com todos os traumas, tramas, dramas e lembranças daquele tempo. Cresce e percebe que deve-se deixar de lado o pique-esconde e o pega-pega e dar lugar pra maquiagem, o salto, a liberdade, o amor, a dor e até mesmo a queda. A gente cresce e percebe que MUDAR faz muito mais sentido do que se adequar.

Um dia a gente cresce e percebe. Sim! A gente cresce e percebe que tudo isso que foi dito antes, vai ser esquecido, deixado pra trás, em algum momento de nossas vidas. E aí pararemos pra pensar na seguinte frase:

Então, quer dizer que um dia a gente cresce, percebe e esquece de todas as coisas mesmo?-É, deve ser isso mesmo que acontece.

sábado, 8 de maio de 2010

Caminho.


Ouvi dizer que "o caminho é sempre in e não off ", e os caminhos tem disso mesmo. Tem você chorando, tem você sorrindo, tem você amando, tem você ferindo, tem você conversando, tem você quietinho, tem você ganhando, tem você sozinho.

Não importa o quê. No final das contas, vai ser sempre você e o caminho! Sim, o caminho que você vai resolver trilhar, caminhar, permanecer. Dizem por aí que a gente pode mudar de caminho quando bem entendermos, e é verdade. Somos capazes de mudar de caminho o tempo todo, seja porque encontramos uma pedra naquele que deixamos pra trás, ou porque tem muito sol, ou porque tem muita chuva. A verdade mesmo é que hoje em dia é difícil você trilhar um caminho e seguí-lo pro resto da vida! Ah, dá uma preguiça se adequar naquilo que já se está feito.

Se transferirmos isso pra os relacionamentos pessoais que temos, é a mesma coisa. Cada pessoa que entra em nossa vida, é um caminho que escolhemos seguir e a cada caminho que resolvemos abandonar, é uma pessoa que abandonamos junto com ele. E até que ponto seremos capazes de trocar esses caminhos? Sim, pergunto novamente até que ponto seremos capazes de tratar pessoas como caminhos, como estradas, como ponto de partida e chegada? Sim, pergunto mais uma vez até que ponto seremos capazes de acreditar que mudar de caminho é mudar de direção? Afinal, quem garante que um caminho diferente nos levará pra um grande final?

Quem foi que disse que somos o caminho de alguém? Quem?
- Eu não sei.