terça-feira, 19 de maio de 2009

A identidade.


Qual a sua identidade? Qual a sua maior dificuldade? Qual o seu maior anseio? Qual é o seu maior desejo? Qual é a sua maior história? Qual é o seu melhor segredo? Qual é o seu pensamento? Qual é a sua sede de viver? Qual é a sua sombra e que cor ela tem?

Qual, que, como, onde, quando, quanto, por quê? Tudo em você, pra mim, é interrogação. Mas ao mesmo tempo acada sendo música, poema, sensação. Tudo em você, pra mim, é vago. Mas ao mesmo tempo é cheio, transborda, mal tenho espaço. Tudo em você, pra mim, é sombra. Mas ao mesmo tempo é luz, é vida, alegria. Tudo em você, pra mim, se reflete naquilo que mais busco, que menos encontro, que mais suponho e menos tenho. Tudo em você, pra mim, é o que me aflige, é o me atinge, é o que me tem. Tudo em você, pra mim, é o que eu não posso ter, não posso ver e tampouco reter. Tudo em você, pra mim, é incógnita e até mesmo discórdia entre todos os meus pensamentos...

Porque, tudo em você, pra mim é identidade e, de fato... Me atrai.

sábado, 16 de maio de 2009

Metade do inteiro.

"Saudades da metade do inteiro que não me completa mais."

A medida que o tempo passa, coisas vão nos incompletando. Jogamos fora as roupas velhas e fora de moda, os sapatos furados e sem sola, a maquiagem que perdeu o prazo de validade. Deixamos pra trás o corte de cabelo que não faz mais sucesso, as músicas que se tornaram bregas, mudamos a forma de falar e nos comportar, como se pudéssemos, assim, dar espaço pra outras coisas nos completarem.

Às vezes, com essas mudanças, coisas que não deveriam ficar pra trás, ficam e se fazem presente na lembrança de cada um de nós por nunca termos tido a vontade que as mesmas ficassem no passado, e na incapacidade de ter deixado-as fazerem parte dele...

É como se nós conseguíssemos sentir saudades da metade do inteiro que nos completava, mesmo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Palavras.



Diante do meu maior desespero, me encontro aqui. Atolada em sentimentos, pensamentos e palavras, de forma que confundem ainda mais tudo aquilo que eu acredito, busco, intensifico. A medida de cada todo que eu sinto, vai se perdendo em meio daquilo que não posso - e nem devo - sentir. Na verdade, em algumas situações do cotidiano, a vida vai nos pregando peças a cada vez que monta um - grande ou não - espetáculo, fazendo de você o ator, o espectador ou até mesmo o próprio roteiro.

Talvez, não seja possível entender cada fala, cada cena, cada história ou até mesmo cada ator que cruze nosso espetáculo, vibrando ou não a platéia que o assista mas é muito provável que entendamos todo o enredo, todo o sentimento colocado ali...

Palavras? Ah, podemos dizer um milhão delas a cada dia.
Mas, será que sentimos, de fato, o que todas elas nos dizem?

" Não basta apenas ler um embaranhado de palavras, a coisa mais importante é sentir a intensidade de cada uma delas. "

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cigarros e pensares.


Cada cigarro tragado, é um pensamento que nasce, desajeitado, moldado, intensificado. Cada trago é um embalo, um envolvimento, um charme, uma sensação. Cada fumaça emitida são frustações, medos, são devaneios que me invadem, que me cercam, que me atraem. O que fazer quando proibições e ideais se enfrentam? Como acontece? Por que acontece?

Ah, é como se a cada cigarro, um sentimento nascesse, um valor aparecesse. Mas a cada cigarro acabado, cada trago desejado e saciado, cada fumaça que se esvai... Sabemos que todos esses sentimentos, sensações e pensamentos devem seguir o mesmo percursso. Por ser, assim, algo que não se pertence, não se tem e nem se mantém...

Porém, apenas se sente a sensação de ter por alguns minutos - de alguma forma - e nada mais.

As mãos.



As mãos que tocam; as mãos que afogam; as mãos que ferem; as mãos que afagam; as mãos que escrevem; as mãos que descrevem. As mãos que falam; as mãos que exalam; as mãos que irradiam; as mãos que apontam; as mãos que criticam; as mãos que entendem. As mãos que sentem; as mãos que descendem; as mãos que criam; as mãos que multiplicam; as mãos que subtraem; as mãos que dividem; as mãos que somam. As mãos que protegem; as mãos que atiram; as mãos que não percebem... a mão que é minha, sua, nossa.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Os olhos.


Estou-me indo, esvaindo, sumindo, caindo. Mas pra onde? Quando? Quanto? Do que me escondo? O que se esconde? Vou ou não vou? Vou sem saber? Vou sem por quê?

Só sei que apenas vou, sem rua certa, sem portas abertas, sem pessoas na janela, sem o sol pra brilhar. Apenas vou, sem rumo, sem tudo, sem muito, sem nada.

Vou pra onde der, pra onde puder e quem quiser que me alcance, que me lance, que me acompanhe. E quem me achar um pouco interessante, que me entenda como, propriamente, quiser.

Só sei que apenas vou, reto, sem olhar pra trás. Porque os olhos são os maiores responsáveis por aquilo que, de fato, tentamos deixar pra trás e não conseguimos.

domingo, 10 de maio de 2009

Folha de papel.



As linhas em branco e o lápis, com o tempo, vão traçando aquilo que mais achamos complexo em nossas vidas: o destino. A cada dia, sua vida é escrita de uma forma, preenchendo todo aquele espaço em branco de uma folha de papel, te oferecendo uma história, uma memória - boa ou não - pra contar. A vida é como um livro, ou até mesmo um caderno ou uma simples folha de papel:

Existirá sempre, mas cabe a você fazer com que a história seja boa, interessante e satisfatória.
Embora alguns campos da minha vida - o amor, a saudade, a conquista - estejam vazios, vadios e tardios, ainda acredito que consiga preenchê-los, de alguma forma...

Mas, por enquanto a minha vida ainda é uma simples folha de papel.

Vale ou não vale?


Às vezes nós temos a terrível limitação de palavras, gestos, atitudes. É como se as situações que a vida colocasse em nossa frente, de inúmeras formas, fossem os principais motivos pra que as mesmas limitações fizessem parte da nossa vida, do nosso cotidiano, da nossa rotina. Um milhão de palavras poderiam dizer muito mais do que um gesto? Ou mil gestos diriam mais que uma palavra? Até no universo mais paralelo e surreal, as dúvidas imperam diante de qualquer situação existente na vida de qualquer ser humano...

É como se, às vezes, um gesto valesse muito mais que mil palavras. Assim como uma palavra poderia valer muito mais que mil gesto.
Ou, ainda ouso dizer mais:

Quando nem mil e nem um valem nada, e pra ninguém.