quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Fossa.


Fossa! Ah, por que nos sujeitamos a tal prática? Seria um meio viável de entender as nossas dores, decepções e até mesmo fracassos ou seria, então, um meio inviável de fazer doer mais ainda aquilo que não consegue (ou não se quer) esquecer de uma hora pra outra?
Sentir esse tal desconforto seria uma forma de voltar sempre pro mesmo lugar, ou uma forma de retomar a vida mesmo com todos os pontos negativos que nós mesmos desenvolvemos sem nem mesmo pensar no motivo pelo qual fazemos isso?

Por mais que cheguemos a conclusões óbvias todas as vezes que sentimos essa tal fossa, qualquer decepção que tenhamos nos faz voltar sempre pra ela, como se fosse uma forma de tentar entender onde erramos, e se erramos mesmo... por que, de fato, erramos? Mas, e quando a fossa desenvolvida é de única e real responsabilidade de outra pessoa? Pois, sim! Ninguém escolher sentir fossa por achar legal, por achar viável, por achar interessante.

A fossa, na verdade, é como aqueles dias de tempestade que envolvem poeira, cheiro de terra molhada e vento forte: nos pega de surpresa, nos faz sentir coisas que não queremos e levamos um tapa na cara, muito gostoso!. Mas, se sentir a fossa é considerada uma maneira de CRESCER, por que, exatamente, temos que optar por esse caminho (sendo o mais difícil) quando podemos, sim, crescer de outras formas?

Na verdade mesmo, se a fossa fosse tão boa como tentam nos fazer entender e aceitar por aí. Todo mundo sentiria, e não somente uma ou duas vezes, mas sim por todos os dias.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tão depressa.


Andamos sempre correndo, tão depressa que às vezes é tão difícil prestar atenção em tudo aquilo que acontece a nossa volta. Será que crescemos tão depressa que ficamos incapazes de ver a graça da vida por uma janela, ou por uma porta, ou até mesmo por uma passarela? Ou nos diminuímos quando somos capazes de ignorar tudo isso? É tão difícil chegar a alguma conclusão fundada quando somos capazes de pensar apenas em nossos próprios umbigos e passos, dos quais, sempre acabamos tropeçando. Seria, então, necessário tropeçar tantas e tantas vezes na vida pra conseguirmos nos reerguer, olhar a frente e retomar o passo pra conseguirmos olhar em nossa volta e perceber que a vida vai muito mais além do que essa pressa que nos consome?

Ah! Essa pressa. É tanta, tanta pressa de viver, tanta pressa de se apaixonar, tanta pressa de se conhecer, tanta pressa de se entender, tanta pressa de (se) encontrar, tanta pressa de brigar, tanta pressa de falar, tanta pressa de sentir, tanta pressa de comer, tanta pressa de andar, tanta pressa de amar, tanta pressa de olhar, tanta pressa de matar a sede. É tanta pressa pra tudo que até mesmo esquecemos o significado que a pressa tem, onde aquele velho ditado já dizia: " a pressa é inimiga da perfeição! ". Mas, na verdade mesmo, esse ditado fica tão pequeno diante de tanta pressa que ela própria se torna inimiga da vida.

Não respeitamos mais o nosso tempo, os nossos pensamentos, a nossas vontades ou talvez respeitamos tanto e queremos tanto tudo isso que achamos que a pressa é a nossa melhor amiga, que ela vai nos ajudar a matar essa sede de viver, tão depressa, tão intensamente, tão de repente...

Acontece que a pressa pra se viver é como um copo d'água: " Nem sempre consegue se matar a sede bebendo-a em um gole só. É preciso aprender saborear cada gotinha refrescante que nos é oferecida. "

Com tudo, mesmo com todas essas conclusões plausíveis que chego e tenho total consciência de que são puras verdades, eu ando com tanta, mas tanta, mas tanta pressa que não consigo sentar-me, olhar pela janela, ou porta, ou passarela e ver algo bom me cercando. Porque, infelizmente, os segundos do relógio são sagrados pra mim, e por mais que fosse necessário perder todos eles pra valorizar determinadas coisas, mesmo que pequenas pois seriam através delas que eu me tornaria grande, o "tic-tac" me atormenta todos-os-dias-dias-dias-e-dias.